quarta-feira, 12 de maio de 2010

Viagem

Sigo viagem, por uma qualquer estrada,
O destino agora não é importante,
Importantes são as vistas desta jornada,
A paisagem verdejante
Inspira-me o ego,
Agradeço então por não ser cego
E poder ver,
Apreciar o mundo que me rodeia,
Como este se transforma,
Ver o mais pequeno grão de areia
Ser trabalhado, ganhar forma,
Numa metamorfose pré-fabricada,
Que tem tanto de certa como de errada.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Felicidade (?)

Felicidade, onde estás?
Quem és, o que fazes?
Onde te escondes nas fazes más?
E nas boas, que trazes?

Farás tu parte de nós
Mesmo quando não te sentimos?
Será que nos acompanhas, quando estamos sós
Quando nos isolamos, quando reflectimos?

Desculpa-me tantas perguntas, felicidade
Mas esta ausência de ti
Provoca-te este sentimento de ansiedade,
De aperto no coração, como nunca senti.

Por vezes, sinto-me fraquejar,
Sinto-me só no meio de multidões
Sufoco, falta-me o ar
Porque és tu o ar que me enche os pulmões.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Diálogo de Amor

Olha-me fundo nos olhos,
Diz-me o que vês, diz!

Olhando-te fundo nos olhos,
Vejo um objectivo, ser feliz!

Ser feliz dizes tu, como?
Quando cada vez
Se torna mais difícil respirar,
Quando tu não vês
O quanto sofro por te amar?

Dizes que não vejo o teu sofrimento,
Julgas-me insensível,
Que te vejo como um instrumento,
Mas dizes amar-me, como é possível?

Amo-te, pois claro!
E custa-me dizer de tal forma
Que quem te ama, paga caro,
Essa, essa é a tua norma.
Meiga, doce, envolvente
Assim vais entrando sorrateiramente
Por ti caí de amores,
Num breve instante
E por ti sofro horrores
Por seres assim, cruel, fria, distante!

Cruel, fria, distante,
Acusas-me tu de ser,
Alegas por mim sofrer,
Algo deveras intrigante,
Porque quem se distanciou não fui eu,
Foste tu que agiu, como quem de mim se esqueceu!

Como querias tu, ah,
Que contigo gastasse o meu latim
Tu, foste tu que me fizeste assim,
Duro e frio, tal como foste para mim um dia,
dia em que me desprezaste, me roubaste a alegria
De viver, de sorrir
Senti-me só, quis fugir
Para um lugar longe do mundo
E tudo isso valeria a pena
Se te conseguisse esquecer por apenas um segundo.

Lamento, saber assim da tua agonia
Acredita que a partilho, talvez em demasia..


Em demasia, dizes tu partilhar da minha agonia
Desculpa, mas dizer que acredito
Era abusar da ironia!

Será assim tão difícil para ti
Acreditares no que te digo?
Apesar de tudo, foi do amor mais forte que senti
Amor puro, amor de amigo.

Vens-me tu agora falar de amizade
Quando choro noites inteiras de saudade
A mais lusitana das palavras,
Um sentimento que não mata, mas moi
Esta ausência de ti, que tanto me dói?
Não tens o direito a fazer-me cobranças
Logo tu, que me alimentaste as esperanças,
Que brincaste comigo,
Vens agora dizer-me que me amas como amigo?

Desculpa, talvez tenha sido injusta
Mas errar é humano, e eu não sou excepção
Longe de mim divertir-me à tua custa
Quanto mais magoar teu coração...
És alguém por quem tenho uma estima infinita
Com quem tinha uma amizade especial
Uma amizade bonita
Mas parece que interpretei mal
Que não era apenas amizade o que sentias,
Mas se assim era, porque não o admitias?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O Sol Brilha

O sol brilha, aquecendo a minha alma,
O meu corpo, a minha mente,
Fazendo correr por mim um sentimento de calma,
Uma calma acolhedora e sorridente,
Que percorrendo as minhas veias
Me faz divagar, por entre mares de ideias.
Ideias soltas, ideias pegadas,
Ideias certas ou talvez erradas
Mas ideias, que me fazem sentir vivo,
Que estou aqui por algum motivo.
Existem dias em que procuro essas respostas,
Mas não agora,
Que os raios de sol me bronzeiam as costas
Numa pacífica e relaxante hora,
Hora essa que tirei só para mim,
Para todos os meus pensamentos,
Relaxando assim
Por breves momentos,
Momentos em que me isolo como uma ilha,
Simples momentos, em que o sol brilha.

domingo, 2 de maio de 2010

Ri

Acordei e ri.
Porquê ao certo não sei,
mas... ri, disso eu sei
e mesmo não sabendo a razão
ri.
Porquê? Porquê não?
Talvez da solidão
de acordar só sem mais ninguém
rio-me de mim, que mal isso tem?

sábado, 1 de maio de 2010

Não sou poeta

Não sou poeta, nem nunca quis ser,
pois poeta é quem vive para escrever,
e eu, mais não faço que escrever o que vivo,
da escrita não sou cativo
embora cative com a escrita,
temo que a escrita em mim não acredita.